categoria : Resistência
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terça-feira, 13 de novembro de 2018 - 18h

Lama e Progresso: Três anos de luta

A lama avança, atropelando rios, pessoas, aldeias, cidades. Nesse Vale, quem vem de fora derruba as árvores, asfalta a terra para o progresso passar. Enche os caminhões de pirita, e mente que tudo que reluz é ouro.

De Carajás traz o ferro, faz as gaiolas onde prende quem se opõe ao saque. Afunda na lama quem grita por dignidade. Em tempos de autoritarismo, o Estado fala pelo dinheiro, berra contra o povo.

Mas o rio segue seu curso, a luta continua e agora chamamos essa mesa para, do nosso lugar, refletir sobre o que está posto e dar voz a essa resistência.

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Essa iniciativa vêm de uma articulação nacional: a 1° Jornada Universitária de Conflitos Socioambientais - JUCONS: Três anos amargos do Rio Doce.

Enquanto estudantes, nos propomos a construir um debate contínuo sobre o maior desastre envolvendo barragens no mundo, reconhecendo que este assunto foi negligenciado nos espaços universitários, até então.

Qual o medo desse debate?

13 de novembro, 18h
Mesa "Lama e Progresso: Três anos de luta desde o rompimento da barragem do Fundão, Mariana-MG"
Sala A1 do Instituto de Geociências (IGc-USP)
Campus Butantã.

Integrantes da mesa confirmados:

*Camila Cecilina Martins, advogada, pós graduada em direitos humanos e democracia, Assessora Técnica aos atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão na Cáritas de Mariana-MG, integrante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração - MAM, negra-indígena, piauiense

Prof. Carlos de Almeida Toledo, formado em Ciências Econômicas (1997), mestre e doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo. Trará uma perspectiva do processo social formador de tais catástrofes.

Prof. André Cordeiro Alves dos Santos, mestrado e doutorado em Ciências da Engenharia Ambiental pela Universidade de São Paulo (1996 e 2003). Faz parte do GIAIA (Grupo Independente de Avaliação de Impacto Ambiental) coletivo organizado por pesquisadores que avaliou os impactos da lama de rejeitos por toda a bacia hidrográfica do Rio Doce.

Prof. Claudio Barbosa Ventura, geógrafo (2012) e mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (2016) morador da cidade de Governador Valadares no momento da catástrofe, ele trará uma perspectiva um tanto mais subjetiva do impacto da lama na vida dessas pessoas, que não tiveram escolha em não lidar com ela.